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Crazy Horse

Estados Unidos, South Dakota, Black Hills

O gigantesco monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos

O gigantesco monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos


A história é escrita pelos vencedores. Mas, os tempos mudam, as mentalidades mudam, novos pontos de vista aparecem e, às vezes, nosso entendimento de um processo ou fato também muda. A conquista do oeste americano é um bom exemplo disso. Aliás, o termo “conquista” não poderia ser melhor colocado. Afinal, o oeste já era ocupado, há milhares de anos, pelos índios norte-americanos. Quando o país avançou para o oeste, após se tornar independente da Inglaterra, o fez em detrimento dessa antiga população. Aos poucos, foram sendo expulsos de suas terras, forçados a migrar e a abandonar seu antigo estilo de vida.

Índios fazem perfomance de dança típica Sioux, em frente ao monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos

Índios fazem perfomance de dança típica Sioux, em frente ao monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos


Ao mesmo tempo, foi se criando a ideia de que os índios eram selvagens, que precisavam ser civilizados, educados e cristianizados. Por falta de entendimento mútuo entre duas culturas distintas que se antagonizavam, criaram-se desconfianças e mitos. Um índio não era confiável, não gostava de trabalhar, era um empecilho na marcha do progresso, era mal. Índio bom era o índio morto.

Índios fazem perfomance de dança típica Sioux, em frente ao monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos

Índios fazem perfomance de dança típica Sioux, em frente ao monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos


Duas gerações após a tal “conquista do oeste”, esse arquétipo do índio ainda prevalecia. Os filmes da Hollywood das décadas de 20 a 50 sempre trataram os índios como os vilões. Na minha infância, eram esses os filmes em preto e branco que passavam na Sessão da Tarde. No famoso seriado Rin-Tin-Tin, era sempre um alívio ouvir a música da corneta da 7ª cavalaria que chegava, para salvar os pobres colonizadores e perseguir os índios malvados, que sempre batiam em retirada com a chegada dos soldados mocinhos. Era uma delícia ver os tiros serem disparados, derrubando os selvagens de seus cavalos.

Índios fazem perfomance de dança típica Sioux, em frente ao monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos

Índios fazem perfomance de dança típica Sioux, em frente ao monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos


Essa visão histórica mudou bastante nas últimas décadas. Infelizmente, não há como mudar o passado, mas ao menos é possível colocar os pingos nos is. O massacre da população indígena já começou na época do primeiro presidente, Washington, quando se deu a conquista da região ao sul dos Grandes Lagos. Daí para frente, só foi parar com a conquista total do que é hoje os Estados Unidos, aniquilando quase completamente a cultura e os povos que aí existiam.

Vestimenta típica da nação Sioux, durante apresentação de música e dança em frente ao monumento Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos

Vestimenta típica da nação Sioux, durante apresentação de música e dança em frente ao monumento Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos


Tratados eram feitos apenas para serem quebrados alguns anos depois, para empurrar os índios um pouco mais para o oeste. Foram confinados em pequenas reservas onde não era possível manter seu estilo nômade e caçador. Aliás, a principal caça, o bisão, foi praticamente extinta pelos caçadores brancos, que o faziam por esporte, e não para alimentação. Os filhos eram tomados dos pais e enviados para escolas distantes, onde aprenderiam a viver de modo “civilizado”.

Vestimenta típica da nação Sioux, durante apresentação de música e dança em frente ao monumento Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos

Vestimenta típica da nação Sioux, durante apresentação de música e dança em frente ao monumento Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos


Qualquer sinal de revolta era tratado a ferro e fogo, quase sempre com vitória branca. Houve exceções, como a famosa derrota do general Custer e sua 7ª cavalaria. Mas, de modo geral, foi um massacre após o outro, o pior deles em Wounded Knee, relatado já em outro post. Nada como conhecer a história para saber que aquele ditado “Aqui se faz, aqui se paga” é conversa mole. A história é uma sucessão de injustiças cometidas pelos mais fortes contra os mais fracos. Assim é, assim será. A conquista do oeste é só mais um exemplo disso.

Vestimenta típica da nação Sioux, durante apresentação de música e dança em frente ao monumento Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos

Vestimenta típica da nação Sioux, durante apresentação de música e dança em frente ao monumento Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos


No final do dia de hoje, estivemos no monumento que se constrói em homenagem à Crazy Horse. Mais um valente guerreiro e líder indígena que, à traição, foi esfaqueado por trás por um soldado branco, enquanto negociava uma trégua. O monumento, que no ritmo que anda, vai ficar pronto daqui a uns 300 anos, retrata o guerreiro sobre seu cavalo. Quando (se) ficar pronto, será o maior monumento do mundo, maior que a pirâmide de Queóps. Ele está localizado nas Black Hills, bem próximo ao Mount Rushmore, que homenageia os grandes líderes cara-pálidas que conquistaram o oeste.

Índios fazem perfomance de dança típica Sioux, em frente ao monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos

Índios fazem perfomance de dança típica Sioux, em frente ao monumento em construção de Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos


Depois de 50 anos de trabalho e muita dinamite, apenas o rosto está pronto, Afinal, é uma montanha inteira a ser moldada. Ali, assistimos curiosos a apresentação de uma dança ritual Lakota, a etnia Sioux que aqui vivia. Tendo como pano de fundo o grande monumento e um espetacular céu de fim de tarde, foi bem emocionante. Ao final, junto com outros visitantes, a Ana até arriscou uns passinhos, enquanto eu filmava tudo. E eu saí de lá com um livro sobre a história da conquista do oeste. Só preciso arrumar tempo para ler, pois curiosidade não falta. De qualquer maneira, os dólares que lá deixamos servirão para comprar um pouco mais de dinamite e tirar (explodir) mais um pedacinho da montanha. Nossos tataranetos poderão observar o resultado final da lua, com um bom par de binóculos...

Modelo de como deverá ficar o monumento  Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos, quando estiver pronto

Modelo de como deverá ficar o monumento Crazy Horse, na região das Black Hills, em South Dakota, nos Estados Unidos, quando estiver pronto

Estados Unidos, South Dakota, Black Hills, história, Crazy Horse

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Comentários (2)

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  • 25/10/2012 | 14:28 por Uillian

    Não costumo fazer comentários, mas me senti motivado em lhe parabenizar pela redação tão bem escrita e pelo tema que foi aborddado, o qual me desperta sentimento indescritível diante deste povo guerreiro tão injustiçado e que foi tão espiritualizado. Parabéns, e sucesso.

    Resposta:
    Olá Uillian

    Eu sempre fui interessado em história, principalmente dos povos que viviam nas Américas antes de Colombo. Sempre é muito doloroso ver de perto todas as injustiças que foram cometidas contra eles. O que podemos fazer, hoje, é manter essa história viva, para que a cultura não morra também

    Legal que vc tenha gostado do texto. para mim, foi realmente emocionante ter estado lá

    Um abraço

  • 23/09/2012 | 15:00 por Jorge Martins

    Olá,
    Comentário a destempo pois só hj. conheci seu blog. Estive no Crazy Horse em 96 e muito pouco mudou. Lembro que para entrar lá foi uma "grana" para ajudar a esculpir. Acho que tem empreiteira brasileira no negócio, não é não? JH

    Resposta:
    Oi Jorge

    Hehehe, desconfio que sim. A previsão de término é para 2200, mais ou menos!

    O preço das entradas diminuiu um pouco e, desde que vc veio, agora a cabeça do Crazy Horse está prontinha! Só falta o resto...

    Abs

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