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Boulder e as Rocky Mountains - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Boulder e as Rocky Mountains

Estados Unidos, Colorado, Boulder

As famosas Montanhas Rochosas, no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

As famosas Montanhas Rochosas, no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos


Deixamos Aspen e suas montanhas nevadas para trás no dia 2, numa viagem de quase 4 horas até a cidade de Boulder, no centro norte do estado, aos pés das Montanhas Rochosas, a maior cordilheira de montanhas da América do Norte.

Região de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos

Região de Aspen, no Colorado, nos Estados Unidos


Dessa vez, ao invés de usarmos o PriceLine para nos ajudar a encontrar um hotel na cidade, resolvemos usar outra ferramenta maravilhosa desse nosso mundo moderno: o Airbnb. Ao invés de hotéis, ele nos mostra casas particulares que alugam quartos ou todo o apartamento para viajantes. Desse modo, fugimos da frieza de hotéis e caímos num ambiente mais pessoal, a casa de alguém, uma pessoa local que pode nos dar boas dicas do que fazer, aonde ir e aonde não ir na cidade em que mora. O sistema é bem inteligente e iterativo, mostra a opinião das pessoas que ficaram naquele mesmo lugar, assim como a localização dentro dos bairros da cidade. É preciso se cadastrar e, assim como as habitações são julgadas pelos hóspedes, também os hóspedes são avaliados pelos anfitriões, de modo a prevenir futuros anfitriões em outras cidades de uma possível roubada. Para nós, que usávamos o sistema pela primeira vez e não tínhamos histórico, o anfitrião teria de “arriscar” e confiar nas informações que nós mesmos passamos ao sistema, que as checa da melhor maneira possível.

A nossa casa em Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

A nossa casa em Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos


A gente resolveu ficar na casa do Jeremy, bem central e perto de parques. Foi uma ótima escolha! Durante nossa estadia no seu apartamento, tivemos várias chances de conversar, ele nos deu dicas valiosas sobre Boulder e até sobre o México, onde chegaremos em poucas semanas. Ele saía pela manhã e voltava só de noite e nós tínhamos um apartamento mobiliado e confortável só para nós. Foi muito joia, quase que como se estivéssemos na nossa própria casa. Vizinhança tranquila e a dez minutos de caminhada do centro por um cenário típico de inverno: árvores sem folhas, jardins bem cuidados, mas tomados pela neve.

Muita neve nas ruas de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

Muita neve nas ruas de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos


Boulder é uma cidade universitária, sede do maior campus da maior universidade do estado. A mesma universidade que tantas vezes consultei, por internet, ainda quando morava em Curitiba. Ela é o principal centro de pesquisas do mundo sobre a glaciologia, ciência que estuda os polos e, nesses nossos tempos, os possíveis efeitos do aquecimento global. Em seu site é fácil acompanhar, até diariamente, a extensão das calotas polares e geleiras espalhadas pelo mundo, tudo medido por satélites e colocado à disposição de quem possa se interessar (o que era o meu caso). Bem joia!

Visual de inverno em Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

Visual de inverno em Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos


A cidade também é conhecida como um centro de vida saldável, cujos habitantes adoram esportes de outdoor, como caminhadas, ciclismo e escaladas. Não é a toa que são milhares de quilômetros de trilhas espalhados pela região, assim como centenas de vias de escalada na rocha. A altitude, cerca de 1.600 metros, também atrai os melhores atletas do mundo de triatlo, que passam meses por aqui treinando, aproveitando-se da infraestrutura e cultura voltada ao esporte. Sem contar o clima jovial e as dezenas de restaurantes de comida saldável. Sem esquecer que, com uma farta população estudantil, as ofertas de atividades culturais e noturnas também são de fazer inveja a qualquer cidade grande.

Examinando um lago congelado no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

Examinando um lago congelado no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos


Nós chegamos aqui no fim da tarde do dia 2 e ficamos até o dia 5, pela manhã. Aproveitamos o conforto e conveniência da casa para descansarmos, trabalharmos na internet e curtimos um pouco a vida de uma cidade estudantil. Caminhávamos até o centro, passeávamos pelo calçadão, comíamos em um bom restaurante. A época não era das mais agitadas, final de feriadão, muitos estudantes começando a voltar para a retomada do ano letivo. Assim, as baladas não estavam das mais agitadas, embora tenhamos visto e frequentado algumas poucas.

Caminhando sobre um lago congelado no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

Caminhando sobre um lago congelado no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos


Um bom exemplo de como essa cidade é e quem são seus habitantes se deu quando entramos numa loja procurando óculos escuros para mim. Faz tempo que estou sem. Já era de noite e todas as outras lojas estavam fechadas. Arriscamos essa última, que nem era de óculos, mas tinha roupas esportivas. Eles não vendiam óculos, mas o simpático atendente disse que me daria um usado, que estava no “achados e perdidos” da loja há mais de um mês. Um presente. Enquanto ele foi buscar os óculos lá dentro, ficamos amigos da outra atendente, uma senhora em muito boa forma. Contamos da nossa viagem e que gostávamos muito de montanhas. Eu disse que estava precisando dos óculos escuros já que estava planejando subir uma montanha bem alta, com muita neve. Ela quis saber qual e eu já pensei: “Hmmm... vou falar do Orizaba (a mais alta montanha do México) e ela não vai ter nem ideia de onde é. Americanos não sabem quase nada de fora de suas fronteiras, principalmente para baixo do Rio Grande”. Assim, meio desanimado, preparado para uma longa explicação, eu respondo: “Pico Orizaba”, ao que veio a resposta: “Ahhnn... o Orizaba! É linda! Eu já subi!”. Tentei disfarçar a surpresa, mas ela só foi aumentando. Aquela senhora ali não só tinha subido o Orizaba, mas também tinha estado no Aconcágua, no Ojos del Salado e até no campo-base do Everest. Toma, Rodrigo! Só para eu me lembrar que estava em Boulder, e não numa outra cidade qualquer. Enquanto isso, voltou o outro atendente, com meus novos óculos usados. Também se interessou com a nossa viagem, mas ele não fica atrás, não. Agora, em 2013, está planejando, numa só caminhada, subir as 53 montanhas do estado com mais de 14 mil pés. Numa só caminhada! Uma empreitada de cerca de um mês!

Um dos muitos lagos congelados no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

Um dos muitos lagos congelados no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos


Pois é, assim é Boulder. Quanto a todos esses picos com mais de 14 mil pés (cerca de 4.270 metros, ou seja, muito mais alto que o nosso Pico da Neblina!) apenas no Colorado, isso se explica pelo fato de aqui do lado passar as famosas Montanhas Rochosa, ou “Rockies”, para os íntimos. É a chamada “espinha dorsal” da América do Norte, se estendendo por quase 5 mil quilômetros, desde o Novo México, no sul, até a Colúmbia Britânica, no Canadá, no norte. São centenas e centenas de picos acima dos 4 mil metros, permanentemente nevados e com possibilidades infinitas de trekkings e escaladas. O maior playground dos amantes dde outdoor dos Estados Unidos. Tudo aqui, no quintal de Boulder. Não é a toa que essa é a capital dos esportes de aventura...

Usando esquis e sapatos de neve para caminhar no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

Usando esquis e sapatos de neve para caminhar no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos


Essa longa cadeia de montanhas se formou recentemente, em termos geológicos, entre 80 e 55 milhões de anos atrás. Foi o resultado de colisão de grandes placas tectônicas. Elas “escorregaram” por baixo da grande placa onde se assenta a América do Norte, levantando a placa e o continente, criando a cordilheira. Quando o processo de levantamento terminou, calcula-se, o que são hoje as Montanhas Rochosas eram, na verdade, um grande platô com cerca de seis quilômetros de altura, algo parecido com o platô que forma o Tibet, na Ásia. Mas milhões de anos de ação inclemente da erosão, rios, lagos, chuva, vento, neve e, principalmente, gigantescas geleiras, acabaram por desgastar esse enorme planalto, formando montanhas, vales e canyons escarpados, além de roubar boa parte da altitude. A maior montanha da cordilheira não passa dos 4.400 metros, atualmente. As Rockies foram muito exploradas economicamente ao longo dos séculos XIX e XX, principalmente em mineração, mas hoje são bastante protegidas, através de parques nacionais, estaduais e municipais, florestas nacionais e demais reservas. São dezenas de milhares de trilhas bem mantidas e sinalizadas, algumas entre as mais belas do mundo, aproveitando-se de um cenário cheio de rios, cachoeiras, florestas e montanhas e uma rica vida selvagem.

Um vale em meio às Montanhas Rochosas, no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

Um vale em meio às Montanhas Rochosas, no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos


Um desses parques é justamente o Rocky Mountains National Park, bem ao lado de Boulder. Ali fomos passear no dia 3, para pelo menos ter uma ideia das belezas que cercam a cidade. Nessa época do ano, boa parte das estradas pelo parque estão fechadas pelo excesso de neve. Também as trilhas estão cheias de neve, muito mais apropriadas para cross-country (com esquis!) do que para turistas com tênis ou botas sem grampões. Enfim, fomos até lá percorrer as estradas ainda abertas e enfiar nossos sapatos na neve fofa.

Elks pastam tranquilamente no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

Elks pastam tranquilamente no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos


Caminhando sobre lagos congelados, pudemos observas as poderosas montanhas no horizonte. Testemunhas de incontáveis eras geológicas, elas não parecem se importar muito com um ano após o outro. Para elas, a escala é outra, seus minutos são milênios. Até por isso, turistas que vão e voltam em míseros dias ou horas, para elas, nem existem. Somos nós, olhando para cima com veneração e admiração, para essas montanhas. Na sua indiferença, são belíssimas. Assim como a paisagem abaixo delas, as florestas com folhas brancas, os lagos congelados por onde caminhávamos e os elks que pastavam tranquilamente, no terreno e no clima que chamam de “casa”. Falando em casa, nós deixamos a nossa, aqui em Boulder, para trás, já no dia 5. Devagarzinho, vamos rumando para a nossa outra casa, essa que ainda nem temos, em algum lugar a 15 mil quilômetros mais ao sul, num clima e terreno que somos nós que chamamos de “lar”. Um dia, chegamos lá.

As famosas Montanhas Rochosas, no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

As famosas Montanhas Rochosas, no Rocky Mountains National Park, perto de Boulder, no Colorado, nos Estados Unidos

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