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Livingston

Guatemala, Rio Dulce, Livingston

Aa tranquilidade de praia em Livingston, no litoral caribenho da Guatemala

Aa tranquilidade de praia em Livingston, no litoral caribenho da Guatemala


A épica viagem para as distantes terras do Caribe guatemalteco finalmente estava no nosso horizonte. Não é apenas a distância que a faz épica, mas a mistura de cenários e culturas, um mosaico intrigante de rios e lagos, mayas e garifunas, populações há muito isoladas pela geografia do paraíso onde escolheram viver e que aos poucos começa a entrar no mapa turístico da América Central.

Mar de Livingston, no litoral caribenho da Guatemala

Mar de Livingston, no litoral caribenho da Guatemala


O Caribe guatemalteco é uma pontinha de terra que se estende espremida entre Belize e Honduras. Puerto Barrios é a maior cidade da região, único porto do país para o Atlântico. A cidade portuária não tem nada a oferecer a nós, turistas e viajantes, a não ser que você esteja vindo de Honduras e queira utilizá-la como ponto de embarque para Punta Gorda, sua vizinha do outro lado da Baía de Amatique, em Belize.


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Seja via Puerto Barrios, ou via Rio Dulce, você não pode passar por aqui sem dar uma paradinha na parte mais interessante deste litoral, a cidade garifuna de Livingston. Localizada na foz do Rio Dulce, Livingston pode ser acessada apenas de barco. A cidade de mais de 25 mil habitantes é majoritariamente garifuna, mas já possui uma boa mescla de indígenas mayas quec'chis e alguns estrangeiros mais aventurosos.

Centenas de pelicanos nos recebem no porto de Livingston, no litoral da Guatemala

Centenas de pelicanos nos recebem no porto de Livingston, no litoral da Guatemala


Os garifunas chegaram neste litoral desde a ilha de St. Vicent, africanos fugidos dos navios negreiros que se mesclaram com os Caribs e Arawaks, indígenas que populavam as ilhas do Caribe antes dos espanhóis chegarem e exterminarem com todos eles. Pouco restou desta cultura, 3 mil Caribs perdidos na selvagem Dominica e um pouco do seu DNA nas misturanças com os europeus e principalmente com esta nova etnia que se formou entre africanos, indígenas e até alguns náufragos europeus. Em meados de 1700 os garifunas foram expulsos pelos ingleses da ilha de St. Vincent e foram despachados para a ilha de Roatan, em Honduras. Os que sobreviveram às doenças e maus tratos formaram uma nova comunidade, aceita pelos espanhóis, e que começou a se espalhar pelo litoral caribenho de Belize à Nicarágua.

Visual de praia de Livingston, no litoral caribenho da Guatemala

Visual de praia de Livingston, no litoral caribenho da Guatemala


Uma das melhores formas de começar a explorar a região e se embrenhar na cultura garifuna, é fazendo a caminhada para os Siete Altares. Um rio cristalino que corre para o mar e forma 7 piscinas naturais miraculosamente frescas em meio ao quente litoral guatemalteco. No período de seca o rio para de correr, mas alguns poços ainda ficam convidativos a um tchibum, principalmente depois de 9 km de caminhada.

Caminhando em praia de Livingston, no litoral caribenho da Guatemala

Caminhando em praia de Livingston, no litoral caribenho da Guatemala


Um dos 'Siete' altares, no rio que está quase seco nessa época do ano, em Livingston, no litoral da Guatemala

Um dos "Siete" altares, no rio que está quase seco nessa época do ano, em Livingston, no litoral da Guatemala


A maior parte do caminho é pela praia e vai passando por vilas mayas e garifunas, pescadores e agricultores que vivem nos arredores de Livingston. Logo depois que cruzamos um primeiro grande rio chegamos à praia Salvador Gaviota, onde há um hotel-restaurante perfeito para uma parada na ida e na volta. Ceviche de pescado e uma Gallo gelada ajudam a repor as energias e dar mais gás para continuar.

Um convidativo pier em praia de Livingston, no litoral da Guatemala

Um convidativo pier em praia de Livingston, no litoral da Guatemala


Chegando aos Siete Altares encontramos o dono da propriedade deitado na sua rede, tranquilo, assistindo televisão. À sua volta cartazes que explicam tudo o que todos os turistas que chegam lá devem lhe perguntar. De onde vem o povo garifuna, qual é a origem da sua língua, como se formou, etc, etc. Ele já deve ter respondido estas questões tantas vezes que acabou preferindo escrever e deixar aí, para que todos possam ler e deixem ele tranquilo. Kkk! Assim acabou fazendo um mini-museu caseiro com mais informações sobre os garifunas que em qualquer outro lugar da cidade. Ele foi casado com uma antropóloga americana que veio para cá estudar o seu povo e por isso tem tanto conhecimento formal e dados sobre os garifunas.

Informações sobre o povo e a cultura garifuna no parque Sete Altares, em Livingston, no litoral caribenho da Guatemala

Informações sobre o povo e a cultura garifuna no parque Sete Altares, em Livingston, no litoral caribenho da Guatemala


Cutuca daqui, cutuca de lá e o Rodrigo conseguiu arrancar um papo dele, com perguntas cujas respostas não estavam nos cartazes. Aqui descobrimos que os Black Caribs conviveram também com a extinta cultura arawak, mantendo termos da sua língua no novo idioma garifuna que se formava. Curioso é que como sobraram apenas mulheres arawaks, pois os homens morreram em batalhas, apenas mulheres utilizam estas palavras, e os termos dos índios Caribs ficaram exclusivos aos homens garifunas, mantendo a tradição oral passada de pai para filho e mãe para filha.

No parque Siete Altares, informações sobre a língua garifuna, em Livingston, no litoral da Guatemala

No parque Siete Altares, informações sobre a língua garifuna, em Livingston, no litoral da Guatemala


Um dos 'Siete' altares, no rio que está quase seco nessa época do ano, em Livingston, no litoral da Guatemala

Um dos "Siete" altares, no rio que está quase seco nessa época do ano, em Livingston, no litoral da Guatemala


No dia seguinte, depois da minha aula de tambor garifuna com a Blanca no Ubafu, voltamos à praia Salvador Gaviota. Caminhada um pouco mais curta e desta vez a maior parte pela vila, para ver uma nova vizinhança. As praias aqui não são exatamente um grande atrativo, já que estamos na boca de um rio e as águas verdes-azuladas do Caribe acabam ficando mais barrentas e cheias de galhos.

Atravessando ponte sobre a foz de um rio, no nosso caminho para Siete Altares, em Livingston, no litoral da Guatemala

Atravessando ponte sobre a foz de um rio, no nosso caminho para Siete Altares, em Livingston, no litoral da Guatemala


No caminho de volta fomos parados por mais um garifuna curioso com os 'gringos' que passavam por lá. Ele é filho do historiador da vila e está assumindo seu posto tratando de registrar as memórias dos seus antepassados e as atuais, acompanhando as pesquisas de uma antropóloga brasileira que vem regularmente à Livingston para escrever o livro do seu PhD sobre a cultura garifuna.

Ponte sobre foz de rio em praia de Livingston, no litoral da Guatemala

Ponte sobre foz de rio em praia de Livingston, no litoral da Guatemala


Nem só pessoas frequentam as praias de Livingston, no litoral da Guatemala. Qualquer semelhança com a B. Bardot em Búzios, na década de 60, é mera coincidência!

Nem só pessoas frequentam as praias de Livingston, no litoral da Guatemala. Qualquer semelhança com a B. Bardot em Búzios, na década de 60, é mera coincidência!


Foram duas noites e quase três dias rodeados por gente interessante de uma cultura que poucos imaginam existir na nossa imensa América. Feliz a hora em que decidimos incluir Livingston no nosso roteiro, um lugar distante cheio de histórias e aprendizados.

Pôr-do-sol em praia de Livingston, no litoral da Guatemala

Pôr-do-sol em praia de Livingston, no litoral da Guatemala

Guatemala, Rio Dulce, Livingston, Caribe, Antropologia, Garifuna, Lago Izabal

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