0 Furo Velho e Fortalezinha - Blog da Ana - 1000 dias

Furo Velho e Fortalezinha - Blog da Ana - 1000 dias

A viagem
  • Traduzir em português
  • Translate into English (automatic)
  • Traducir al español (automático)
  • Tradurre in italiano (automatico)
  • Traduire en français (automatique)
  • Ubersetzen ins Deutsche (automatisch)
  • Hon'yaku ni nihongo (jido)

lugares

tags

arqueologia cachoeira Caribe cidade histórica Estrada mar Mergulho Montanha parque nacional Praia Rio roteiro Trekking trilha

paises

Alaska Anguila Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Galápagos Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Venezuela

arquivo

SHUFFLE Há 1 ano: Há 2 anos:

Furo Velho e Fortalezinha

Brasil, Pará, Algodoal

A bela Praia da Princesa na maré baixa, na região de Algodoal - PA

A bela Praia da Princesa na maré baixa, na região de Algodoal - PA


Estamos na Ilha de Maiandeua, localizada no litoral paraense ela possui quatro comunidades, sendo a principal delas a de Algodoal. Ela tem um “q” de Ilha do Mel, lá no litoral do Paraná, onde eu e Rodrigo casamos e por isso temos grande carinho. Não possui carros, apenas ruas de areia para as bicicletas e carroças. Faz parte de uma reserva ambiental formada para preservar seus quilômetros de praia deserta, dunas, mangues e lagoas.

Atravessando igarapé de canoa em direção ao Furo Velho, na região de Algodoal - PA

Atravessando igarapé de canoa em direção ao Furo Velho, na região de Algodoal - PA


Para explorar um pouco mais a ilha decidimos que hoje iríamos conhecer outra comunidade, conhecida como Fortalezinha. Lá quase não há estrutura turística e a população vive basicamente da pesca. Ela fica há 12 km de Camboinha, vila vizinha à Algodoal, com acesso pela trilha dos postes de luz ou pelos 15km pela Praia da Princesa. Nosso plano inicial era cruzarmos de barco o trecho de mangue para Camboinha, andar os 12km até Fortalezinha e voltar pela praia. Pesquisamos e descobrimos que não haviam tantas atrações neste caminho, além de ser um dos lugares que nos disseram ser perigoso, pois outro casal de turistas estrangeiros foi assaltado por três moleques há algum tempo atrás. Decidimos então fazer um passeio diferente, seguir de barco pelo igarapé ao lado da pousada até o famoso Furo Velho.

Revoada de pássaros no nosso caminho para a vila da Fortalezinha, na região de Algodoal - PA

Revoada de pássaros no nosso caminho para a vila da Fortalezinha, na região de Algodoal - PA


O mesmo igarapé encontra outro rio um pouco maior e forma o Furo Velho, grande barra de rio que deságua a mais ou menos 5km de Fortalezinha. Dali seguimos caminhando até a comunidade. Pouco antes de sairmos encontramos a Marjorie, nossa amiga francesa do barco, que decidiu ir conosco.

A Marjorie e sua sombrinha da Guiana, na canoa no Furo Velho, na região de Algodoal - PA

A Marjorie e sua sombrinha da Guiana, na canoa no Furo Velho, na região de Algodoal - PA


No passeio pelo mangue vimos alguns caranguejos, gaviões, cruzamos um barco lotado de canoeiros que haviam saído em uma incursão para buscar madeira para construir a Associação de Canoeiros de Algodoal. Infelizmente os macacos prego e os guarás não quiseram dar o ar da graça. O Roberto, canoeiro que nos guiou pelo igarapé, foi nos contado histórias da vila e curiosidades regionais. Uma delas foi sobre o consumo do turú, minhoca (ou larva?) que vive nos troncos das árvores do mangue, tem a cabeça dura como pedra e vive dentro da madeira, se alimentando dessa matéria orgânica. Perguntamos o gosto e ele disse que parece gosto de água mesmo, a água do mangue onde ela vive. Muito rica em proteínas, tem a grossura de um dedo e pode ser comida crua, mas fica boa mesmo quando frita. Umas dez unidades podem ser uma boa porção para uma pessoa. Não vimos nenhuma para fotografá-la, mas eu imagino bem como é e não tenho muita curiosidade em prová-la não.

Com nossos remadores e a Marjorie, na boca do Furo Velho, na região de Algodoal - PA

Com nossos remadores e a Marjorie, na boca do Furo Velho, na região de Algodoal - PA


Chegamos ao Furo Velho, imensa barra de rio, quase impossível acreditar que conseguiremos passar por ali a pé na maré baixa. 5km depois estávamos na Fortalezinha. Mais um rio para cruzar, com a maré cheia o seu Eusébio nos buscou de canoa e paramos logo ali mesmo, no restaurante à beira da barra. O simpático Jonas nos preparou um peixe fresquinho, arroz e vinagrete. Algumas cerpas geladas e já estávamos prontos para o retorno.

A Cerpa grandona. Essa, só se acha aqui, no Pará! (na região de Algodoal - PA)

A Cerpa grandona. Essa, só se acha aqui, no Pará! (na região de Algodoal - PA)


Pouco antes de partirmos chegou um capa ali, brindando sua neta que havia nascido há 6 meses (ham?) e contando que sua esposa estava doente, ele suspeitava de malária. O Rodrigo logo falou, “não, malária não pega por aqui”, eu acho que no fundo ele pensa que essas coisas não existem, pelo menos não onde ele estiver. Mas Jonas logo o surpreendeu, contando que há 9 anos a Vila da Fortalezinha foi tomada por um surto de malária, 600 das 800 pessoas que viviam ali pegaram a doença, ele próprio diz que já pegou 3 vezes! Milagre estar vivo! Ele nos contou também uma receita para imunizar o corpo contra aquele peixinho de esporão venenoso que falei ontem, esqueci o nome do bicho. Quando ele era criança pisou num desses e gritando de dor, foi parado por um senhor pescador que disse que para ele nunca mais sentir dor desse bicho, ele tinha que comer ele cru, ali mesmo! Garoto, não pensou duas vezes, limpou o peixe e fincou o dente na carne dura do peixinho. Dali em diante nunca mais sentiu a dor desta espora! Conhecimentos práticos de uma vida ribeirinha não têm preço.

Com a Marjorie, no igarapé da Fortalezinha, já na maré seca (região de Algodoal - PA)

Com a Marjorie, no igarapé da Fortalezinha, já na maré seca (região de Algodoal - PA)


Demorada a despedida, estava difícil ir embora daquela simpática comunidade, mas ainda tínhamos 15km pela frente, já eram 16h da tarde. Cruzamos o riacho e quem encontramos!? Os guarás! Finalmente vimos esse lindo animal mais de perto. Eles são de uma cor vermelho sangue inacreditável, culpa do crustáceo do qual eles se alimentam.

O incrível guará-vermelho, na Fortalezinha, na região de Algodoal - PA

O incrível guará-vermelho, na Fortalezinha, na região de Algodoal - PA


Voltamos na caminhada em ritmo forte e descobrindo uma nova praia. A maré baixa quase 1km e desvenda toda uma nova paisagem. Encontramos vários caranguejos no caminho, valentes e brigões eles nos enfrentam até cair de costas, com o peso suas patolas imensas!

Um dos muitos carangueijos corajosos que nos enfrentaram no nosso caminho pela praia até Fortalezinha, na região de Algodoal - PA

Um dos muitos carangueijos corajosos que nos enfrentaram no nosso caminho pela praia até Fortalezinha, na região de Algodoal - PA


Mal reconhecemos o Furo Velho na maré baixa, passamos com água nas canelas no mesmo rio que nos trouxe até aqui. Seguimos caminhando, conversando, treinando o meu ouvido para o francês da Guiana com Marjorie, revisando roteiro de viagem por lá e torcendo para a noite não cair.

A bela Praia da Princesa na maré baixa, na região de Algodoal - PA

A bela Praia da Princesa na maré baixa, na região de Algodoal - PA


De repente avistamos uma casa, ela parece familiar, mas ainda estaríamos na metade do caminho, não é possível. Vi um pescador, perguntei e sim, era ela, o Bar das Pedras! Os nossos 15km de praia não passavam de 10km, o pessoal daqui tem realmente um problema com as distâncias. Chegamos na barraca do Seu José Cristo ainda com luz, tomamos um banho de mar, nos despedimos dele prosseguimos, felizes pelo encurtamento da andança, até a nossa pousada.

Caminhando pela Praia da Princesa, durante a maré baixa, entre Fortalezinha e Algodoal - PA

Caminhando pela Praia da Princesa, durante a maré baixa, entre Fortalezinha e Algodoal - PA


Nós perdemos a noção do que é andar muito ou pouco, coitada da Marjorie, já estava podre, nem imaginava a pernada que ia ser. Trocamos emails, telefones, contatos, pois tentaremos nos encontrar na Guiana Francesa semana que vem. Mais um dia “daqueles”, caminhadas por cenários maravilhosos, experiências e aprendizados.

Aproveitando a maré baixa para cuidar do barco, em Algodoal - PA

Aproveitando a maré baixa para cuidar do barco, em Algodoal - PA

Brasil, Pará, Algodoal, Praia, Dunas, Marudá, Fortalezinha, Ilha de Algodoal, mangues

Veja todas as fotos do dia!

A nossa viagem fica melhor ainda se você participar. Comente!

Post anterior Lagoa da Princesa, em Algodoal - PA

A lenda, a praia e a lagoa da Princesa

Post seguinte Noite, na Estação das Docas, em Belém - PA

Fomos rumo à Belém

Blog do Rodrigo Um dos muitos carangueijos corajosos que nos enfrentaram no nosso caminho pela praia até Fortalezinha, na região de Algodoal - PA

Pássaros, Caranguejos e um Belo Passeio

Comentários (2)

Participe da nossa viagem, comente!
  • 04/11/2013 | 12:55 por Tereza

    Oi Ana, qual pousada vc indica em algodoal? pra casal!!! to indo semana que vem com o meu namorado.

    muito obg

  • 13/08/2013 | 13:00 por daniel

    ola Ana, em fortalezinha tem pousadas? vc tem o telefone da pousada?

    Resposta:
    Oi Daniel, campings eu sei que existem, mas pousadas não tenho certeza... quem sabe o pessoal lá das pousadas da vila podem te informar melhor =/ Boa viagem! Bjs!

Blog da Ana Blog da Rodrigo Vídeos Esportes Soy Loco A Viagem Parceiros Contato

2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet